ELEMENTOS DA
CORRUPÇÃO
Já salientamos em artigo anterior que a corrupção
não foi inventada e nem é privilégio do Brasil. A corrupção está intimamente
ligada ao poder que é corrompido pelo dinheiro e pela ganância e ambição
desmedida do homem.
O setor
petrolífero é um campo fértil para a disseminação dessa praga que fez estrago
por todo o mundo. No Estadão de hoje uma ex-juíza e deputada do Parlamento
Europeu, que foi candidata ao governo
francês, Eva Joly, que julgou um
processo de corrupção envolvendo a estatal francesa de petróleo ELF, em 1996,
processo esse que demorou oito anos, envolvendo 42 pessoas, entre as quais
vários políticos importantes, Ministros, CEOs de grandes companhias, lobistas intermediários,
que causou um prejuízo de 305 milhões de euros aos cofres públicos, chamou a
atenção para o perigo que isso representa.
Disse ela que se o processo não for célere e não
houver punições efetivas de todos os implicados, não importando quem sejam, as
instituições ficam desmoralizadas e o povo deixa de acreditar no governo,
ameaçando a própria democracia, ou seja, o regular funcionamento do estado
democrático de direito. Ela disse que no processo que participou foram para a
cadeia 30 pessoas, além de multas milionárias que foram aplicadas, demonstrando
firmeza e seriedade do sistema.
É o que esperamos e desejamos que aconteça
também aqui no Brasil, mas para isso a sociedade tem que se manter vigilante e
participativa, como no dia 15/3/2015, o domingo em que o “gigante acordou”. O que não pode acontecer é o povo se acomodar e
achar já está tudo resolvido, porque não está.
Para salientar esta posição basta citar a
fala de um ministro de estado que disse que o governo está preocupado com as conseqüências da “Operação Lava Jato”
que podem afetar a economia e levar á
falência muitas empreiteiras. O governo deveria estar mais preocupado com os
estragos morais e éticos produzidos pela corrupção na PETROBRAS do que com
detalhes financeiros e econômicos da mesma, pois acima de tudo o que está em
jogo e o futuro, a imagem e a credibilidade de uma nação.
Não podemos baixar a guarda em razão de tudo
isso . Temos que continuar com a luta, com as manifestações, para pressionar os políticos e demonstrar
claramente que estamos cansados e não vamos aturar mais essa corrupção e
impunidade que aí está.
Esperamos também que os fatos ocorridos na França
sirvam de parâmetro e de exemplo para as
nossas autoridades.
Cotia, 30 de março de 2015.
GILBERTO BARBOSA DA SILVA
A d v o g a d o
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