NUANCES DO
AMOR
Estava lendo jornal na cozinha quando minha
neta adolescente chegou da rua com uma amiga. Como sempre, ela veio,
abraçou-me, deu-me um beijo (selinho) e disse: “TE AMO”.
Horas depois ela comentou comigo que sua
amiga havia ficado impressionada com o
carinho percebido entre nós dois. Sua amiga também disse que na casa dela todos
se amavam e respeitavam, mas o tratamento era muito frio e distante.
Diante disso comentei com minha neta que esse
tipo de procedimento era muito comum, isso porque as pessoas estavam mais
preocupadas com o ter do que com o ser. As pessoas estão muito materialistas e
menos espiritualistas, razão dessa frieza e distância entre a humanidade.
Esquecem que a vida é muito curta e
imprevisível. Não sabemos o dia de amanhã, não sabemos se vai dar tempo de
dizer: “TE AMO”.
O amor, o carinho, a solidariedade, devem ser praticados sempre,
a qualquer hora, em qualquer lugar, de qualquer forma. Isso faz bem para quem pratica, para quem recebe e até
para quem percebe.
Outro dia almoçava fora e percebi, numa mesa ao lado no restaurante, uma adolescente comunicando-se com o irmão,
que estava na mesma mesa, através de mensagem ao celular. Os pais estavam
totalmente alienados ao que se passava em volta, retratando a situação de
muitas famílias da atualidade.
Essa alienação e essa falta da pratica do
verbo amar está afetando muito a nossa sociedade que cada vez mais esta
robotizada, necessitando de sentimentos e não de mais tecnologia.
Mas a mudança dessa situação compete a cada
um de nós, temos que impor limites e manter muito diálogo com nossos filhos e
netos, somente assim podemos reverter essa situação de desamor, transformando-a
num caminho suave e feliz, cheio de
ternura.
Cotia, 29 de agosto de 2015.
GILBERTO BARBOSA DA SILVA
A d v o g a d o