QUESTÃO CULTURAL
Se um alto político fosse envolvido num
escândalo de corrupção, como o que está acontecendo aqui no Brasil, e isso
ocorresse num país sério, como o Japão, com cultura, disciplina e valores
milenares, as consequências seriam completamente diferentes.
No país asiático o envolvido afastar-se-ia,
espontaneamente, pediria desculpas e em alguns casos poderia até praticar o “arakiri”
(por termo à própria vida).
Aqui no Brasil ocorre justamente o contrário.
O acusado se diz vítima de uma armação de seus inimigos políticos e faz tufo
para conservar seus privilégios e poderes, com a conivência de seus pares.
Tudo bem que até prova em contrário, uma
pessoa deve ser considerada inocente e tem direito ao devido processo legal,
com acusação, contraditório e ampla defesa. O ônus da prova cabe a quem acusa e
não acreditamos que o Chefe do Ministério Público Federal fosse leviano ao
promover uma acusação tão grave e séria contra o Presidente das Câmara dos
Deputados se não estivesse lastreado em fortes indícios a respeito. Além do que
os acordos de delação premiada e de leniência que tem sido efetivados
demonstram que existe muita sujeira a ser apurada envolvendo empresários,
agentes públicos e políticos. Basta atentar para o acordo firmado pela Camargo
Corrêa para devolver as cofres públicos nada mais, nada menos, do que 700 milhões de reais.
Alguém disse que seria
um gesto de grandeza a renúncia da Presidenta diante da situação política
degradante em que se encontra, sem condições de governar. Esperar gestos nobres
da maioria dos políticos é mera utopia num país como o nosso, onde ainda predomina a cultura da
impunidade dos poderosos, cultura essa que a PF, o MPF, o Juiz Sergio Moro e a
sociedade, através dos movimentos sociais e de demonstrações de força e união
nas ruas estão tentando mudar.
ACORDA BRASIL ! ! !
Cotia, 21 de agosto de
2015.
GILBERTO BARBOSA DA
SILVA
A d v o g a d
o
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