ACORDAR O
GIGANTE
Temos que acordar o gigante adormecido. Explico porque:
conversando com um amigo de infância,
europeu, nascido na Espanha e que veio para o Brasil criança, ele fez a
seguinte observação: “morei vários anos em Barcelona e li n um jornal de lá que
no Brasil se faz passeata gay com um milhão de pessoas, mas não se consegue
reunir algumas centenas para protestar politicamente”.
Esta realidade brasileira
deixou-me muito triste, mas não
tive muito como argumentar diante da nossa omissão constante diante de tantos
desmandos dos políticos que só continuam agindo com tanta desfaçatez diante
dessa mesma omissão.
Hoje leio no jornal que “na Argentina 400 mil marcham em
Buenos Aires por promotor morto”. Na mesma ocasião queixam-se da inflação e da
corrupção e desafiam a chuva, numa marcha silenciosa e numa demonstração de
maturidade política, de cidadania e de dignidade.
Entre o Brasil e Argentina existe uma rivalidade extrema
no futebol que muitas vezes é exacerbada além da conta e do tolerável, mas uma
coisa não podemos negar “a nuestros ermanos”: ELES TEM A CORAGEM E A DIGNIDADE
DE ENFRENTAR SEUS PROBLEMAS DE FRENTE.
Lembro que na campanha “das diretas já”, na época do
“caras pintadas de Collor”, na morte de Tancredo Neves, na morte de Ayrton
Senna, milhares de brasileiros foram às ruas em manifestações ordeiras e
pacíficas, sem contar as conquistas mundiais do futebol. Em todas essas
ocasiões o povo brasileiro mostrou o seu
valor e a sua pujança.
Estão marcando uma movimentação pela WEB. Não sei o “impeachmant” seria o caminho mais indicado no
momento, mesmo porque acho que falta base legal e política para o mesmo
e porque a Presidente já está sofrendo na pele por sua propalada arrogância,
incompetência e falta de habilidade política.
Mas no fundo quem paga a conta realmente é o povo com esses aumentos
absurdos de energia, da gasolina, de
impostos, dos preços em geral, tudo ao contrário do que ela disse na campanha
presidencial.
Acho que o brasileiro tem que sair de sua apatia, provocada
em grande parte por sua desilusão com a classe política em geral, e demonstrar
que não está dormindo, ao contrário, que está ACORDADO e percebendo tudo o que
está ocorrendo à sua volta e que exige mudanças, que exige o fim da corrupção,
que exige o fim da impunidade, entre outras coisas.
A forma de demonstrar isso é MARCHAR EM SILÊNCIO, como fizeram nossos irmãos argentinos,
nos dando mais uma vez uma lição de cidadania e civilidade.
COMO JÁ DISSE UMA RAPOSA POLÍTICA DE BRASÍLIA: “A POLÍTICA SÓ ANDA NA BASE DA PRESSÃO”,
E NÃO EXISTE PRESSÃO MAIOR QUE O POVO NA RUA”.
Cotia, 19 de fevereiro de 2015.
GILBERTO BARBOSA DA SILVA
A d v o g a d o
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