LEIS PARA INGLÊS
VER
Desde 1850,
quando o Brasil imperial promulgou a Lei que proibia o comércio de
escravos no país, tomando essa atitude por pressão dos ingleses, temos a fama
de editar leis que “não pegam”, ou que
são letras mortas e não são cumpridas, isso porque apesar daquela lei citada o
comércio de escravos continuou a correr solto em terras brasileiras ainda por vários anos.
Na semana passada entrou em vigor a chamada “Lei das Sacolinhas”, que obriga os
supermercados a fornecer sacolinhas de cores verde e cinza, destinadas essas à
separação do lixo reciclável a primeira e para lixo orgânico a segunda.
Todavia, como de outras vezes, o Poder
Público quer resolver os problemas editando leis, mas não tem a preocupação de
realizar um trabalho educativo antes. Deveria promover através da mídia um
trabalho esclarecedor à população antes de obrigar ao uso das sacolinhas
mencionadas.
Além disso, não existe uma coleta de lixo
seletiva para separar esse material recolhido das casas. Caso houvesse esse
coleta seletiva o material poderia ser
reciclado e reaproveitado, como acontece em várias partes do mundo, através de
cooperativas e trabalhos específicos do setor, que emprega milhões de pessoas
ao redor do mundo.
Se os nossos administradores públicos
tivesses um pouco mais de visão e de responsabilidade poderiam perceber o
potencial que existe por trás desse segmento, que poderia ser melhor explorado
e minimizar os problemas sociais existente no Brasil.
Só na
América Latina 4 milhões de pessoas ganham o sustento da família trabalhando
com reciclagem. Nos EUA 34 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçadas
por ano. No Brasil 1/3 dos alimentos também
vai para o lixo, material esse que pode ser reaproveitado de diversas formas,
como combustível, ou como adubo, por exemplo, bastando para isso tecnologia e
programação a respeito.
Está na hora de começarmos a fazer as coisas
da forma correta, ou seja, primeiro se educa, depois se fornece os meios para
que as coisas possam ocorrer, e somente depois é que se cobra algum resultado a
respeito.
Não podemos colocar os carros na frente dos
bois, mais uma vez, ou “fazer leis para inglês ver”.
Cotia, 17 de abril de 2015.
GILBERTO BARBOSA DA SILVA
A d v o g a d o
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