LIBERDADE DE
EXPRESSÃO X VIOLAÇÕES DE DIREITOS
As mortes de cartunistas do Charlie Hebdo em Paris por extremistas
islâmicos chamam a atenção, mais um a vez, para a intolerância religiosa.
Essa intolerância não é privilégio dos
jihadistas atuais. Ela já ocorreu na antiguidade com os judeus, bastando para
comprovar isso ler a Bíblia. Ocorreu também com os cristãos, sendo exemplo
maior disso a fase da Inquisição da era medieval.
Já matou-se muito em nome de Deus, mas
nenhuma religião séria e que se preze prega violência, ou que se assassine seu
semelhante em nome do Senhor. Ao contrário, o que prega uma religião verdadeira
é o amor, a solidariedade, o respeito ao próximo, a humildade, o perdão, a renúncia
em prol do seu semelhante, etc.
Infelizmente, não é o que vemos acontecer
pelas manchetes diárias na mídia internacional. São mortes na frança, no
Oriente Médio, na Nigéria, e vários outros locais, todas motivadas pela
intolerância religiosa.
Observamos pela análise dos comentários da imprensa
internacional que na própria França muitos discordavam da forma agressiva e
desrespeitosa, para alguns, como o Charlie Hebdo satirizava o Profeta Maomé e
outros ícones religiosos, bem como políticos e famosos.
Existe um liame muito tênue e sutil que
separa o humor da falta de respeito em termos religiosos e mesmo sociais. Há
que prevalecer o bom senso, mas como se pode exigir tal procedimento de
fanáticos que são induzidos por líderes que usam dessas sátiras para fomentar a
violência, como ocorreu em Paris, na Síria, no Iraque, na Nigéria.
Como já dói dito acima, nada justifica a
violência e essa selvageria que está ocorrendo, mas de nada adianta fomentar
ainda mais o ódio e a insanidade desses radicais.
Também não vai resolver nada agora aplicar
medidas severas demais contra quem se manifeste contra a moral média, isso
porque há muita hipocrisia reinante no momento. Muitos que até há pouco
criticavam agora empunham bandeiras em defesa da liberdade de expressão.
“permissa
máxima vênia”, entendemos que é chegado o momento de se deixar de lado o
politicamente correto e se adotar medidas de segurança e de proteção ao cidadão
comum, ao cidadão de bem, mas agindo com bom senso, com equilíbrio e,
sobretudo, com inteligência e esperteza, coisa que não falta ao outro lado para
justificar seus atos de terror, com perdas preciosas de vidas inocentes em nome
da liberdade.
Cotia, 16 de janeiro
de 2015.
GILBERTO BARBOSA DA
SILVA
A d v o g
a d o
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