OLHAR
PARA TODOS OS
LADOS
Tem dias em que não acordamos bem. Hoje eu acordei “atravessado”,
após uma noite mal dormida e com
pesadelos.
Comecei a pensar nos problemas, na saúde, na falta de
dinheiro, na rebeldia e muitas vezes na ingratidão dos filhos, nas amizades “das horas boas”, e muitas
outras circunstâncias.
Estava ficando mais aborrecido ainda quando abri a gaveta
e vi um Cartão de Natal pintado
com a boca por um grupo de deficientes que necessitam de
outras pessoas para suprir todas suas necessidades básicas, mas mesmo assim
encontram forças e alegria de viver para produzir verdadeiras obras de arte.
Todos os anos recebo esses cartões e fico admirado com o trabalho desses
verdadeiros heróis e lutadores. Sempre adquiro os cartões, mesmo que às vezes
não vá usá-los, mas guardo-os com carinho pelo que significam.
Hoje, mais uma vez, eu pude constatar o valor dos mesmos
e como eu estava sendo egoísta ao me sentir “para baixo” por causas de
problemas de ordem financeira, tão pequenos diante de tantos problemas
existentes por aí. Como esses artistas que pintam com a boca, porque são
tetraplégicos e estão presos a uma cadeira de rodas, existem as crianças do
AACD, as que são atendias no Hospital A. C. Camargo, que muitas vezes também
que conseguem nem se alimentar sozinhas, também tem as pessoas que vagam pelas
ruas desorientadas e sem futuro.
Olhei para fora e vi o sol brilhando, vi uma arara
comendo mamão, ouvi um sabiá cantando, enfim, percebi mais uma vez toda a
maravilha da natureza à minha volta e à minha disposição sem eu ter que pagar
nada em troca por tudo isso.
Pensei também no tamanho do universo e do Amor Divino e
na nossa insignificância diante de tudo isso. Pensei que nossa infelicidade
muitas vezes é causada por nosso próprio egoísmo, já que exigimos demais dos
outros e de nós mesmos.
Muitas vezes desejamos o que não temos, não nos contentamos
com o que nos é oferecido, sentimos inveja, ciúmes, frustrações
desmedidas. Essas são as causas de nossa
infelicidade e de nossos sofrimentos.
É tão fácil ser feliz. Basta exigir menos dos outros, ter
consciência de si próprio e ter a nobreza de oferecer amor sem exigir nada em
troca. Ser feliz em proporcionar a felicidade a alguém. Esse estado de espírito
é tão simples, tão profundo e faz tão
bem que não há dinheiro que possa comprar.
Cotia, 28 de janeiro
de 2015.
GILBERTO BARBOSA DA
SILVA
A d v o g
a d o
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