Li no Estadão de hoje que a Russia vai vender armas para a Síria e a União Européia vai armar os rebeldes, desta forma fomentando ainda mais o conflito lá em andamento que já matou dezenas de milhares de inocentes.
A pergunta que não quer calar é: a quem interessa a continuidade do conflito ?
A resposta parece óbvia pelo que acima foi exposto.
O que acontece na Síria não é somente uma guerra pelo poder, mas algo mais profundo, envolvendo etnias, religião, política, economia, e outras causas subjacentes.
A maior potência mundial reluta em tomar uma atitude mais direta sobre esse conflito porque sabe da complexidade que o envolve. Sabe que não basta retirar do poder alguém que acusado de várias coisas, de várias atrocidades. Sabe que não é tão simples substituir alguém no poder, isso porque as consequências daí advindas são imprevisíveis, de certa maneira.
Quem irá assumir, quais suas intenções, quais seus objetivos, quem irá apoiá-lo.
O conflito já resvalou para a Turquia, para o Líbano. O Hesbollah já está envolvido, podendo envolver outros países árabes das redondezas, afetando todo o Oriente Médio.
Outro detalhe que chama a atenção é a omissão da ONU (Organização das Nações Unidas), a quem caberia velar pela paz e segurança mundial, que diante da carnificina que ocorre na Síria não se manifesta, muito menos toma qualquer atitude que possa dar um basta nas graves violações dos direitos humanos naquele país, inclusive, segundo consta, com o uso de armas químicas.
O Irã também tem sua esfera de influência no conflito sírio, tanto isso é verdade que os USA devem analisar que uma intervenção direta de suas forças podem acentuar, ou minorar, essa influência, além do que há ainda o problema nuclear iraniano.
Face ao exposto, o que se percebe, é que em razão da globalização, até um conflito sectário hoje pode causar repercussões a níveis mundiais, envolvendo vários aspectos, principalmente os humanos e econômicos.
Outra pergunta que poderia ser feita é: não seria possível a solução dos problemas da Síria através da diplomacia?
Entendemos que seria muito difícil também esse meio, isso porque os próprios sírios seriam obstáculos preponderantes nesse sentido, já que a minoria dominante opor-se-ia aos interesses da maioria rebelde.
A conclusão que se pode chegar diante de tudo isso é que a humanidade atingiu um tal estágio de evolução e de involução ao mesmo tempo, que este paradoxo torna quase todas as soluções lógicas impossíveis de ser alcançadas pelo egoísmo, pela ganância e pela insensibilidade do próprio homem frente à desgraça de seu semelhante. Lamentável.
Cotia, 29 de maio de 2013.
GILBERTO BARBOSA DA SILVA
A d v o g a d o
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