POLÍTICOS PRESOS OU
PRESOS POLÍTICOS
Em qualquer país sério, de primeiro mundo, a Suprema Corte é considerada
o último baluarte moral da sociedade. Aqui no Brasil não deve ser diferente.
No caso do
julgamento do mensalão (de um bem
elaborado esquema de corrupção política, que usava dinheiro público para corromper
parlamentares, colimando manter o poder indefinidamente), o Supremo Tribunal
Federal, após o devido processo legal, condenou 25 dos acusados à penas
privativas de liberdade.
Sem entrar
em maiores detalhes, na apuração dos fatos algumas perguntas deveriam ser
respondidas (e o foram): 1-a quem interessavam e favoreciam os atos de
corrupção? 2-seriam eles possíveis sem a aquiescência dos detentores do poder
(Teoria do Domínio do Fato)? 3-a lei diz que quando reúnem-se quatro o mais
infratores para a prática de crime está estabelecida uma quadrilha (ou bando) (não
distinguindo entre a condição social dos participantes)?
Os acusados
tiveram direito à ampla defesa, tanto isso é verdade que o julgamento ocorreu
oito anos após os fatos denunciados, durou mais de um ano, e todos os recursos
possíveis foram usados (inclusive os Embargos Infringentes), mas mesmo assim
eles foram considerados culpados e condenados de acordo com a lei e pela mais
alta Corte do país.
Alguns
ficaram indignados com os gestos de dois dirigentes partidários (braço
levantado e punho cerrado, em sinal de luta) e com suas declarações de “eram
presos políticos”. Talvez, isso demonstre o desespero de causa perdida (“jus
esperniandi”).
A realidade
é que o povo brasileiro está mais aliviado e um pouco mais confiante de que a
decisão e a coragem de um homem (do digno Presidente do STF) possa significar o
início do fim da impunidade para os ricos e poderosos.
Todavia, a
sociedade tem que fazer sua parte e o momento mais adequado está próximo, que
são as eleições de 2014. O eleitor deve ter mais consciência cidadã e analisar
a conduta dos candidatos. Nós sabemos que isso é difícil, isso porque não temos
muitas escolhas, porque o sistema é que está corrompido e não temos um a
oposição efetiva, não temos projetos sérios e que visem realmente o bem estar
comum.
Mas isso faz
parte da verdadeira democracia. Nós devemos aprender com nossos erros e jamais
esquecer que a melhor arma contra políticos corruptos ainda é a pressão popular,
através de protestos e manifestações
pacíficas e ordeiras (sem violência e sem Black Blocs).
Cotia,
17 de novembro de 2013.
GILBERTO BARBOSA DA SILVA
A
d v o g a d o
Email:
gbs.1977@hotmail.com
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