sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

                                        ANALISANDO   A   HISTÓRIA

                        Em 15 de novembro de 1889, com a intervenção dos militares, é proclamada a República Federativa do Brasil, pondo fim ao Império. Logo depois é promulgada nova Constituição (a 1ª. republicana) .
                        Inicia-se o período denominado de República Velha, onde sucedem-se vários Presidentes eleitos democraticamente pelo povo, que morreram pobres e com fama de honestos,  período esse que vai até 1930.
                        Em 1930 houve uma Revolução, influenciada pelo Movimento Tenentista, que destituiu o Presidente Washington Luiz e impediu a posse do Presidente eleito Julio Prestes, sendo o poder entregue pelos militares a Getúlio Vargas.
                        Vargas comandou o Governo provisório até 1934, quando foi promulgada uma nova Constituição, sendo então  eleito indiretamente Presidente e governando como tal até 1937, quando deu um Golpe de Estado, promulgando outra Constituição (A Polaca), instalando o seu Estado Novo (ditadura) que durou até 1945. Vargas realizou muitas coisas (era chamado de pai dos pobres), mas acabou derrubado do poder pelos militares em 1945.
                        Em 1946 é promulgada nova Constituição e realizada eleições diretas para Presidente da República, sendo eleito Eurico Gaspar Dutra, que governou até 1951 quando Vargas retomou o poder eleito Presidente pelo voto do povo.
                        Vargas governou até 24 de agosto de 1954 quando cometeu suicídio , pressionado pelos militares para renunciar, após o Chefe de sua Guarda Pessoal ser acusado do envolvimento no assassinato do Major Vaz da Aeronáutica, quando deixava o apartamento de CARLOS LACERDA, feroz opositor de Vargas, que teria sido ferido levemente no episódio. Lacerda ainda participou de tentativa de golpe contra Juscelino Kubischek e influenciou na renúncia de Jânio Quadros, razão pela qual era chamado de “o derrubador de presidentes”.
                        Assume João café Filho que fica até 1955, quando assume Nereu Ramos que fica até 1956, tomando posse então Juscelino Kubischek, eleito pelo povo e que governou até 1961, inaugurando Brasília em 1960.
                        Em 1961 assume Jânio Quadros, eleito pelo povo, que governa apenas sete meses, renunciando com a alegação de que “forças terríveis” levantaram-se contra ele, episódio não esclarecido totalmente até hoje.
                        Com  a renúncia de Jânio deveria assumir João Goulart (Jango) que estava em viagem à China, mas houve uma movimentação para impedir sua posse, já que ele era acusado de simpatizar com os “comunistas”. Seu cunhado LEONÉL BRIZOLA, comunista convicto, como seu pai e seu tio,  comandou uma campanha legalista para sua posse, o que acabou ocorrendo, mas num Regime Parlamentarista, instaurado às pressas, comandado por Tancredo Neves, para limitar os poderes do Presidente. Dois anos depois o Parlamentarismo foi derrubado por um plebiscito, voltando o regime Presidencialista. Jango sentiu-se então à vontade para promover uma série de medidas populistas, mas que desagradava aos poderosos de plantão. A situação econômica do país não era boa, começaram as greves gerais, com muita anarquia e violência generalizada, fatos que levaram a nova intervenção militar, com a justificativa de colocar “a casa em ordem” e evitar a ascensão dos comunistas.
                        O regime Militar durou de 1964 até 1985 (21 anos), sendo endurecido em 1968 com o AI 5, por causas de atos isolados de guerrilhas, como assaltos a bancos,  ataques a quartéis, sequestros, mortes, havendo o abrandamento e consequente início da abertura política em 1979 com a promulgação da Lei da Anistia. Foi um  período de certo desenvolvimento da economia e da vida dos brasileiros, apesar dos excessos cometidos por militares e oposicionistas do regime.
                        Em 1986 assume José Sarney, em lugar de Tancredo Neves, eleito indiretamente pelo Congresso, que faleceu antes de tomar posse. Sarney governou até 1990, quando então foi eleito diretamente pelo voto popular o “caçador de marajás”, o alagoano Fernando Collor de Mello, que confiscou a poupança e acabou cassado pelo congresso por corrupção dois anos depois.
                        Assumiu em seu lugar Itamar Franco que governou até 1994, quando então assumiu Fernando Henrique Cardoso, eleito democraticamente,  que ficou na Presidência até 2003, fazendo um governo regular,  quando foi sucedido por LULA.
                        Em 2003 a esquerda, dita socialista, assume com LUIZ INÁCIO “LULA” DA SILVA, que fica no poder até 2010, quando consegue fazer sua sucessora DILMA ROUSSEF,  no poder até hoje e que tentará a reeleição em outubro de 2014, com grandes chances de vencer.
                        O que se observou nestes últimos anos é muito lamentável. Uma corrupção desenfreada, com sucessão de escândalos estampados na mídia diariamente, um superando o outro, envolvendo todos os Poderes da República, uma impunidade revoltante, um escárnio  com  relação ao povo por parte da classe política, com raras exceções, uma tributação criminosa e um retorno social aviltante, conchavos para manutenção do poder, etc.
                        Assistimos ao julgamento do “mensalão” envolvendo antigos guerrilheiros que estavam no poder e que desviaram dinheiro público, com a intenção de se perpetuarem no poder, que apesar de se intitularem “presos políticos”, acabaram como políticos presos, condenado que foram pelo STF, a mais alta corte do país, após o devido processo legal, como criminosos comuns por crimes contra a administração e contra o erário público.
                        Tudo isso levou a sociedade, normalmente passiva e acomodada, a acordar e promover as passeatas a partir de junho de 2013, apesar dos “black blocs”,  com suas ações violentas e criminosas, não se sabendo a mando e no interesse  de quem. O povo cansou dessa farra generalizada, de um sistema político viciado e que só beneficia políticos profissionais que se locupletam às custas do erário público. Cansou de não ter infraestrutura e serviços sociais elementares para uma vida digna e mostrou sua nova face.
                        Esperamos que isso sirva para alertar a classe política e os organismos criados para fiscalizar e promover o bem comum. Esperamos que a oposição diga a que veio, e deixe de ser subserviente para conseguir indicações rentáveis a seus membros.  Esperamos que o povo adquira consciência cidadã e demonstre isso na hora de votar. É tudo isso que muda uma situação,  um país e uma nação.
                        Não adianta passeatas, gritos, cartazes, muito menos atos violentos se não houver essa consciência de cidadania, de seus direitos e obrigações.

                                               SP: 21/fevereiro/2014.

                                               GILBERTO BARBOSA DA SILVA
                                                           A d v o g a d o

                                               Email: gbs.1977@hotmail.com


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